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Foto do escritorCMurville

MISTÉRIO e PERCEPÇÃO


Em noite de lua nova, nas proximidades da vila de Igatu, na Chapada Diamantina, luzes misteriosas são sistematicamente observadas em locais totalmente inabitados. Alguns descrevem o fenômeno como bolas luminosas, eventualmente coloridas, flutuando sobre a encosta rochosa. Outros falam de fumaças brilhantes ou fachos de luz cruzando o céu e a chapada. Surgem diversas suposições; luminescências se desprendendo do solo muito rico em cristais, seres de luz, talvez anjos, sobrevoando a região, portais dimensionais abrindo-se na chapada, reações químicas ocorrendo em função das partículas em suspensão, efeito do magnetismo terrestre, pontos de entrada e saída do planeta ou de conexão com seres vivendo nas entranhas da Terra, até ETs vindo roubar diamantes! Todo mundo vê as luzes em Igatu. Porém, cada um ao seu modo, me levando a crer que não percebemos as coisas como são, mas filtradas pelas nossas crenças, ideias e visões particulares a respeito do mundo e das pessoas. Aparentemente, nossa percepção sofre influência de nossas projeções, emoções, interpretações. Vemos o que queremos ou projetamos. Eventualmente, mudamos a percepção para algo que nos é confortável ver. Um sujeito insistia que as luzes na chapada eram farol de carro, mesmo ciente de que ali não havia estrada nenhuma ou possibilidade de acesso de veículos! Outro saiu dizendo que só podia ser gente acampando, apesar da luminosidade observada ser bem mais forte do que a irradiada por uma fogueira ou lanterna potente. Existem coisas que nos são invisíveis ou nos aparecem parcialmente por conta de não estarem na nossa frequência perceptiva. Mas, talvez, o grande desafio seja conseguir ver o mundo sem filtros e projeções, sem interferir na realidade que se apresenta. Recuperar o olhar de criança que ainda não está poluído com conceitos, crenças e dogmas de todos os tipos. Largar o apego a qualquer realidade particular que consideramos mais verdadeira do que outra e poder imaginar múltiplas realidades coexistentes e em constante transformação.

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